EUA suspendem exercício militar com o Egito
O presidente Barack Obama anunciou, no dia 15, a suspensão de exercícios militares conjuntos com o Egito. Intitulado Bright Star, o treino bienal tinha sua próxima execução programada para setembro, mas foi cancelado no mesmo dia de uma violenta repressão do governo egípcio contra manifestantes no Cairo. A estimativa é a de que mais de 600 pessoas tenham sido mortas nos últimos dois dias. O governo provisório, liderado pelo general Abdel Fatah el-Sisi, estabeleceu estado de emergência e impôs toque de recolher, além de outras medidas de segurança. Em 13 de julho, os militares depuseram o presidente eleito, Mohamed Morsi, o que levou à onda de protestos de apoiadores do líder islâmico. Mesmo diante desse quadro, Obama continuou sem classificar a situação como um golpe de Estado. Caso a Casa Branca reconheça o golpe, os EUA são obrigados por lei a suspender a ajuda militar ao Egito, da ordem de US$ 1,3 bilhão por ano. O fim do auxílio é visto pela opinião pública mundial e alguns congressistas em Washington como a melhor forma de pressionar por democracia no país árabe. O problema é que a verba faz parte de um acordo de paz entre Israel e Egito, que foi negociado pelos EUA em 1979. Na visão da Casa Branca, sua suspensão implicaria maior instabilidade no Oriente Médio. Especialistas apontam que a contribuição já teria deixado de ser um trunfo dos EUA. Desde o golpe de julho, os militares egípcios receberam cerca de US$ 13 bilhões por parte de Arábia Saudita, Kuait e Emirados Árabes Unidos. Esses países apoiam a atitude do governo provisório no Cairo, justamente por temer que os protestos influenciem levantes entre suas próprias populações.