Reformas no México beneficiam petrolíferas dos EUA
O presidente mexicano Enrique Peña Nieto apresentou, no dia 12, uma proposta de reformulação da lei sobre gás e petróleo. Nacionalizados desde 1938, os recursos energéticos mexicanos são de exploração exclusiva da estatal Pemex. A mudança permitirá que empresas estrangeiras atuem em parceria com o governo mexicano, deixando de ser apenas prestadoras de serviços. Outra alteração é a permissão de investimentos estrangeiros no setor, prática proibida a partir de 1960. Para analistas, as empresas dos EUA devem ser as mais beneficiadas. Peña Nieto pretende explorar os estimados 42 bilhões de barris de petróleo não convencional, localizados em águas profundas e depósitos de xisto. Desenvolver gás de xisto também é uma meta. Empresas de outras nacionalidades, como a Petrobrás, atuam na exploração em alto-mar, mas somente as dos EUA dominam as técnicas para formações de xisto. Outra vantagem é o fato de a geologia mexicana ser similar a dos campos de xisto no Texas. O país latino é um dos principais fornecedores de petróleo para os EUA, que intensificou a compra de petróleo mexicano depois dos choques de petróleo na década de 70. Mas as importações dos EUA vêm caindo desde 2006 em função do aumento da produção doméstica e do esgotamento das reservas convencionais no México. A reforma na lei depende de aprovação parlamentar, o que é provável. Empresas como a Chevron mostraram entusiasmo com a perspectiva de um novo mercado, mas a abertura pode ter pontos restritivos. As empresas teriam direito ao lucro sobre a produção, mas seriam obrigadas a vender sua parcela do produto extraído para o governo mexicano.