Câmara contraria Casa Branca e aprova novas sanções ao Irã
A Câmara dos EUA aprovou, no dia 31 de julho, o Nuclear Iran Prevention Act. Considerada uma das medidas mais duras já planejadas contra o Irã, a proposta foi aprovada por 400 votos a 20. O plano endurece as punições contra países e empresas que comprarem petróleo iraniano. O objetivo é reduzir as exportações iranianas de petróleo em cerca de 1 milhão de barris por dia dentro de um ano. O país produz cerca de 2,6 milhões de barris diários atualmente, o menor nível desde a guerra entre Irã e Iraque, em 1989. Outros setores da economia iraniana seriam incluídos no boicote, como a indústria automotiva e o setor de mineração. A lei ainda depende de aprovação no Senado e da assinatura presidencial. Segundo analistas, a decisão da Câmara contraria a preferência da Casa Branca em aguardar o posicionamento do novo presidente iraniano antes de aumentar a pressão. Hassan Rohani, que tomou posse no dia 4, foi eleito com base em um discurso moderado e tem indicado alguma disposição de negociar com os EUA. A medida aprovada também contradiz uma atitude anterior dos próprios congressistas. Em 19 de julho, 131 representantes democratas e republicanos enviaram uma carta ao presidente Barack Obama incentivando o relaxamento das sanções vigentes para estimular o Irã a interromper o programa nuclear. A carta recebeu apoio do J Street, lobby judaico progressista, e da associação National Iranian American Council. Críticos das novas sanções alegam que elas poderiam inviabilizar um eventual diálogo com o novo governo iraniano. Os defensores das punições acham que a ação pode impulsionar futuras negociações.