Rússia concede asilo a Snowden e estremece relação com EUA
O governo russo ignorou os apelos dos EUA e concedeu, no dia 1o., asilo temporário por um ano ao ex-consultor de inteligência Edward Snowden. Considerado foragido pela Justiça dos EUA, Snowden vazou milhares de documentos confidenciais sobre programas de espionagem da Agência de Segurança Nacional. O material expôs a vigilância eletrônica feita pelos EUA no mundo todo, incluindo aliados europeus, e gerou atritos diplomáticos. A decisão em Moscou irritou Washington e pode estremecer ainda mais as relações já instáveis. Na tentativa de arrefecer os ânimos, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garantiu que a medida foi tomada por oficiais do setor de Imigração, e não por Vladimir Putin. A Casa Branca afirma, porém, que está em aberto o encontro entre os presidentes Obama e Putin na cúpula do G-20 em São Petersburgo. A agenda bilateral da reunião inclui temas delicados como a redução das armas nucleares e o conflito na Síria. Para o senador John McCain (R-AZ), é hora de rever a relação com a “Rússia de Putin”. Após quase cinco semanas de limbo legal, Snowden recebeu autorização para deixar a área de trânsito do aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, e seguiu para destino secreto. Em nota divulgada pelo site WikiLeaks, Snowden agradeceu ao governo russo por permitir sua entrada no território, em concordância com as leis nacionais e internacionais. Ao mesmo tempo, acusou o governo Obama de desrespeitá-las. Desde o início dos vazamentos, em junho, Snowden conta com o apoio diplomático e jurídico desse site. Vários países latino-americanos, como Venezuela e Bolívia, também ofereceram abrigo ao ex-analista.