Corte Marcial inocenta Manning de colaborar com o inimigo

Teminou, no dia 30, o julgamento do soldado Bradley Manning, responsável pelo vazamento de mais de 700 mil documentos secretos para o WikiLeaks. Este foi o maior vazamento de arquivos sigilosos na história dos EUA. O réu foi inocentado da acusação mais grave, de colaborar com o inimigo, mas culpado por violação do Espionage Act, roubo e fraude eletrônica. O veredito representa uma derrota política para o governo Obama, que tem sido implacável na investigação sobre fontes da imprensa. Culpar Manning por colaboração com inimigos poderia implicar pena de morte ou prisão perpétua, o que colocaria em xeque a liberdade de expressão e o jornalismo investigativo no país. Mesmo assim, ONGs como Repórteres sem Fronteiras, ACLU e Anistia Internacional manifestaram preocupação com a gravidade da condenação. O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, considerou a condenação um exemplo do extremismo da segurança nacional dos EUA. Na última semana do julgamento, simpatizantes do réu publicaram no New York Times o anúncio “Nós somos Bradley Manning”. Entre os 850 signatários, estavam o intelectual Noam Chomsky e Daniel Ellsberg, que vazou, em 1971, documentos sigilosos do Pentágono sobre a guerra do Vietnã. Para eles, Manning é um herói por defender a democracia e a transparência, e informar o público sobre políticas oficiais. No governo e nas fileiras militares, o soldado é visto como traidor por violar termos de confidencialidade, colocar a vida de agentes dos EUA em risco e disponibilizar informações críticas para inimigos como a Al-Qaeda. A sentença para Manning pode chegar a 136 anos de prisão.

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