Otimismo do Fed agita mercados
Em comentários após a conclusão da reunião do Federal Open Market Committee no dia 19, Ben Bernanke exibiu um otimismo moderado sobre a recuperação da economia dos EUA. Refletindo os últimos indicadores, o presidente do Fed sugeriu que a economia do país está cada vez mais sólida e poderá caminhar sem a injeção de liquidez praticada pelo banco nos últimos meses. Bernanke disse que se o atual ritmo de crescimento e criação de empregos permanecer estável, o Fed poderá começar a reduzir seu programa de títulos no fim de 2013. O programa de relaxamento quantitativo compra US$ 85 bilhões em títulos mensalmente. Bernanke prevê uma taxa de desemprego de 7% no fim do ano, quando o banco começaria a reduzir as compras de títulos. As taxas de juros de curto prazo, outro fundamento do programa de estímulo do Fed, permaneceriam próximas a zero por mais tempo. Elas só começariam a subir gradualmente após o desemprego atingir 6,5%. Apesar de Bernanke ter adotado um tom moderado, aceitando inclusive que pode ser cedo para encerrar o estímulo, e que em caso de erros as políticas seriam retomadas, o mercado reagiu de maneira imediata. No dia seguinte ao anúncio, o índice S&P teve queda de 2,5%, a maior baixa diária desde novembro de 2011. Os títulos de 10 anos do Tesouro também registraram queda brusca. Apesar não ser a única preocupação do mercado, que também tem olhado para a situação de crédito na China e para a economia europeia, o fim dos programas de estímulo representará um grande desafio para o Fed. Se mal administrado, o processo poderá prejudicar a lenta recuperação econômica dos EUA.