Internacional

Diálogo de paz entre Talibã e EUA enfrenta resistências

Os EUA e o Talibã anunciaram, no dia 19, a intenção de se reunir em Doha nos próximos dias a fim de discutir um processo de paz para a guerra do Afeganistão. O anúncio foi feito um dia antes da abertura da representação do Talibã no Catar. Na inauguração, o grupo disse que uma troca de prisioneiros entre as duas partes pode ajudar o diálogo. Em 2009, a organização capturou o sargento Bowe Bergdahl, que combatia no leste do Afeganistão. Os EUA, por sua vez, mantêm 5 talibãs presos em Guantánamo desde 2002. As conversas para a troca foram interrompidas em 2011, diante da resistência do Congresso em permitir a transferência de detentos da ilha cubana. Na época, líderes talibãs também não aceitaram as exigências da Casa Branca para que os cinco militantes ficassem no Catar. Recentemente, o presidente Barack Obama declarou que vai retomar os esforços para fechar a prisão, o que abre nova possibilidade para as negociações. O fim da instalação ainda gera muita polêmica nos EUA. No dia 14, a Câmara aprovou sua versão para a lei de autorização de defesa nacional de 2014, incluindo uma emenda que impede o fechamento da prisão. Apesar disso, o documento dá ao Pentágono o direito de decidir sobre solturas e transferências em casos de segurança nacional. Outra parte que pode interferir no processo de paz é o governo afegão. O presidente Hamid Karzai ameaçou, no dia 20, interromper as discussões para a permanência dos EUA no Afeganistão depois de 2014, data para a retirada da maioria das tropas. Karzai condena o reconhecimento pelos EUA do escritório talibã em Doha, o que daria legitimidade ao grupo.

 

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