Eleição no Irã é vista como positiva pelos EUA
A administração Obama vê a recente eleição no Irã como uma oportunidade para avançar nas negociações sobre o programa nuclear do país. Declarado vencedor no dia 14, Hasan Rowhani substituirá Mahmoud Ahmadinejad na presidência do Irã. O novo presidente, que já foi negociador do programa nuclear, é visto como moderado e mais aberto ao diálogo com lideranças internacionais. Em declaração no dia 15, Rowhani disse que sua eleição representa a vitória da moderação sobre o extremismo e que ele pretende contribuir para a paz mundial através de engajamento. Apesar do otimismo, o secretário de Estado John Kerry relembrou que a liderança máxima continua sendo o aitolá Ali Khamenei, inclusive sobre a questão nuclear. O líder religioso é tido como pouco pragmático em relação às exigências ocidentais sobre o programa nuclear, considerado um símbolo de soberania nacional no Irã. Sanções internacionais, principalmente dos EUA, vêm sendo aplicadas contra o país persa há quase 20 anos. Um dos objetivos é isolar o país do comércio global de energia e minar sua economia para forçá-lo a abandonar o desenvolvimento nuclear. Apesar da amplitude das sanções, que atingem até os setores de saúde e tecnologia, o governo iraniano resiste às pressões. A ineficiência das punições fez crescer, entre analistas nos EUA, a defesa de uma postura mais diplomática. Muitos especialistas, no entanto, afirmam que a maior dificuldade para a diplomacia dos EUA não é o posicionamento do Irã. A principal barreira é a intransigência de congressistas em Washington e de Israel, principal aliado no Oriente Médio.