Obama sacrifica privacidade em nome da segurança nacional
O presidente Barack Obama defendeu, no dia 7, os programas da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) sobre vigilância de dados na Internet e registros telefônicos. Segundo o jornal The Guardian, no dia 6, a Corte para Vigilância de Inteligência Estrangeira determinou que, entre abril e junho deste ano, a empresa Verizon repasse ao FBI o registro de ligações feitas pelos clientes. No dia seguinte, o jornal The Washington Post revelou que o governo tem acesso aos servidores de empresas de Internet, como Microsoft, Google, Facebook, Skype e Apple. Por meio do programa secreto Prism, a NSA obtém dados de navegação, incluindo conteúdo de emails e chats, transmissão de fotos, e buscas nos navegadores. Obama afirmou que o objetivo é prevenir ações terroristas e admitiu ser impossível ter plena segurança nacional sem perda de privacidade. O presidente disse que o procedimento tem o consentimento do Poder Legislativo, Judiciário e Executivo. A Corte de Vigilância foi criada pelo Foreign Intelligence Surveillance Act (FISA) de 1978. Emendas e legislações posteriores, como o Patriot Act de 2001, ampliaram os instrumentos de observação. Em 2008, Obama criticou o uso da FISA pelo presidente George W. Bush, afirmando que ninguém no país podia estar acima da lei. Apesar de sua oposição à invasão de privacidade, muitas dessas leis foram renovadas na atual administração. O governo diz que os alvos são pessoas localizadas “provavelmente” no exterior, mas a medida fere a imagem de Obama nos EUA e no mundo. Grupos de direitos civis no país devem intensificar questionamentos sobre suas políticas.