O Departamento do Tesouro emitiu, no dia 30, uma licença permitindo a venda de serviços, equipamentos e produtos tecnológicos para a população iraniana. A licença revoga antigas restrições a exportações de softwares, celulares, computadores e outros aparelhos utilizados para comunicação. A medida foi tomada duas semanas antes das eleições no Irã e tem como objetivo facilitar a disseminação desses produtos, que atualmente só podem comprados no mercado negro. Funcionários do governo dos EUA disseram que a iniciativa responde à tentativa das autoridades iranianas de impedir a liberdade de expressão e o acesso da população à informação, principalmente a fontes estrangeiras. Tecnologias de comunicação foram importantes nas demonstrações de oposição ao governo em 2009, que ficaram conhecidas como Movimento Verde. De acordo com os EUA, muitas pessoas teriam sofrido retaliação das autoridades, que monitorariam a navegação na Internet. Segundo ativistas iranianos nos EUA, a mudança facilitará a organização e a comunicação de dissidentes, embora seja tardia para produzir efeito nas próximas eleições. A licença mantém a proibição de venda a pessoas e grupos associados ao governo iraniano, ou que estejam na lista Specially Designated Nationals. Este documento aponta indivíduos e instituições que teriam cometido abuso de direitos humanos e reprimido a liberdade de expressão no Irã. Para combater a censura, o Departamento do Tesouro também anunciou sanções ao comitê censor em Teerã e a Asghar Mir-Hejazi, chefe de gabinete assistente do aiatolá Ali Khamenei.