Venezuela acusa Obama de ingerência em crise eleitoral
O governo da Venezuela rejeitou, no dia 4, os comentários do presidente Barack Obama sobre o recente processo eleitoral no país sul-americano. Em entrevista ao canal de televisão Univision, na véspera, Obama não confirmou se os EUA reconhecem o resultado das urnas, limitando-se a responder que cabe ao povo da Venezuela escolher seus dirigentes em eleições legítimas. O presidente acrescentou que há indícios de que os princípios básicos de direitos humanos, democracia, liberdade de imprensa e de livre associação não foram respeitados no país depois do pleito. Nicolás Maduro, herdeiro político de Hugo Chávez, derrotou Henrique Capriles por uma estreita margem de votos. A diferença apertada no resultado levou a uma onda de protestos em Caracas. Na nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, a Venezuela acusa Washington de estar por trás da violência deflagrada depois da eleição presidencial, em 14 de abril. O chanceler Elias Jaua disse ainda que a declaração intervencionista e falaciosa de Obama, e a política de agressão de seu governo contra a Venezuela podem levar à deterioração das relações bilaterais. Jaua também afirmou que Obama considerou ridícula a ideia de que o diretor de cinema Timothy Tracy seja um espião. No dia 1o., o cineasta foi preso e acusado pela Justiça venezuelana de conspiração, associação com fins criminosos e falsidade ideológica. Segundo o ministro do Interior, Miguel Rodríguez, Tracy estaria envolvido em um complô da direita para desestabilizar a Venezuela, com a missão de levar o país à guerra civil.