Evo Morales expulsa USAID da Bolívia
O presidente boliviano Evo Morales anunciou, no dia 1, a expulsão do país da Agência para Desenvolvimento Internacional dos EUA (USAID, na sigla em inglês). Em discurso no dia do trabalho, Morales alegou que a agência conspirava contra seu governo. Ele já havia acusado a instituição de financiar grupos contrários às suas políticas, inclusive organizações indígenas. A USAID também teria colaborado com governos regionais que tentaram tirar Morales do poder em 2008. Dois anos depois, a agência de notícias Associated Press acionou o Freedom of Information Act nos EUA para verificar os gastos do órgão na Bolívia. O questionamento levou à revelação de que a USAID repassou US$ 10,5 milhões à Chemonics International, uma consultoria especializada em promover desenvolvimento econômico no exterior. A verba foi destinada a “ajudar a promover governança em um ambiente político em transformação”, o que poderia ser entendido como interferência da empresa em assuntos internos do país latino-americano. Desde que Morales assumiu o poder naquele ano, as relações EUA-Bolívia se deterioram. Em 2008, o embaixador dos EUA em La Paz e agentes da Força Administrativa de Narcóticos foram expulsos do país sob a acusação de incitar a oposição. No mesmo ano, a USAID passou a reduzir a ajuda financeira, que caiu de US$ 100 milhões naquele ano para US$ 28 milhões em 2012. O porta-voz do Departamento de Estado, Patrick Ventrell, lamentou a decisão boliviana, dizendo que a agência atuava no país desde 1964. Representantes da USAID disseram que a expulsão encerrará programas de saúde, nutrição e imunização que ajudaram dezenas de milhares de bolivianos.