Presos em Guantánamo fazem greve de fome
A greve de fome na prisão de Guantánamo chega ao terceiro mês, com a adesão de 93 detentos e pelo menos 17 grevistas sendo alimentados à força. O protesto teria começado em 6 de fevereiro, quando agentes penitenciários teriam profanado cópias do Alcorão durante revista às celas. Outra motivação seria o limbo jurídico dos presos, já que quase todos estão detidos por tempo indeterminado, e sem acusação formal ou julgamento. Alguns estão há mais de 11 anos nessa situação. Fechar o complexo foi promessa do presidente Barack Obama em 2008, mas o Congresso impediu a remoção dos detentos para os EUA. A frustração aumentou em janeiro de 2011, quando o próprio Obama aumentou as restrições. Depois do 11 de Setembro, o governo George W. Bush prendeu 779 pessoas na ilha, das quais 166 continuam lá. Dezenas são consideradas de alta periculosidade, mas não podem ser julgadas por não haver acusação contra elas ou por terem sido torturadas. Outras poderiam ser realocadas no exterior, desde que houvesse condições de segurança. Embora os congressistas permitam que o Pentágono suspenda certas barreiras às transferências, os militares nunca usaram essa autoridade. O governo acusa os republicanos de usar Guantánamo como arma política. Já os republicanos culpam a administração por não adotar as devidas medidas de segurança. Agências de inteligência apontam que 16% dos 603 antigos detentos envolveram-se em atos de terrorismo depois de soltos. Para a alta comissária de Direitos Humanos da ONU, Navi Pillay, manter em custódia presos já autorizados a sair é uma flagrante violação dos direitos individuais.