EUA obtêm apoio retórico chinês para paz na península corena
O secretário de Estado John Kerry afirmou, no dia 13, que EUA e China se comprometeram a reduzir o risco de guerra nuclear na península coreana. O acerto simbólico foi feito em Pequim, no encontro do secretário com o presidente chinês Xi Jinping. Apesar de retórica, a iniciativa representa um avanço. A China é o maior aliado da Coreia do Norte, cuja economia depende de condições de comércio favorecidas pelos chineses. Combustíveis subsidiados e auxílio com alimentos são alguns dos benefícios. Por sua vez, a Coreia do Norte é um grande importador de armas chinesas. O país também funciona como um território tampão entre a China e a Coreia do Sul, onde mais de 10 mil soldados dos EUA estão estacionados. A Casa Branca reconhece que a influência chinesa é vital. Para convencer Pequim a se manifestar publicamente contra a assertividade norte-coreana, Kerry disse que a instabilidade regional fere os interesses chineses. A não interferência também poderia ser vista pela comunidade internacional como falta de liderança e de autonomia da China. O argumento mais convincente, no entanto, pode ter sido a hipótese de repensar alguns movimentos estratégicos no entorno. A instalação pelo Pentágono de mísseis no Japão e na Ilha de Guam, território dos EUA no Pacífico, teriam particularmente irritado o governo chinês. Além do alinhamento com a China, o governo dos EUA procura outras formas de distensão. Em discurso no Japão dois dias depois, Kerry declarou intenção de negociar diretamente com a Coreia do Norte, caso o país concorde em desmontar seu arsenal nuclear.