Queda no preço do gás impulsiona reindustrialização
A produção industrial nos EUA atingiu, em fevereiro, seu nível mais alto desde 2008. Uma das causas do crescimento é a queda nos preços domésticos do gás natural, que tem estimulado investimentos no setor fabril. Companhias estrangeiras instalaram fábricas nos EUA e empresas nacionais que tinham deslocado parte da produção para o exterior reativaram as linhas de montagem. A tendência se concentra em indústrias com alto consumo energético ou que usam gás como matéria-prima, a exemplo de siderúrgicas, químicas, e fabricantes de eletrônicos e de equipamentos para transporte. A recente redução do custo do gás está relacionada ao uso de novas técnicas de extração que viabilizaram a ampla exploração de reservas domésticas de gás de xisto. Hoje, o gás não convencional representa 30% do consumo nos EUA, enquanto em 2010 respondia por apenas 1%. O aumento na produção levou a uma redução significativa dos preços, mas como a exportação de gás é limitada por lei, mercados externos não têm se beneficiado da tendência. O preço do insumo, que atualmente é de U$ 4 por milhão de BTU nos EUA, pode chegar a U$ 14 na Inglaterra e a U$ 17 na Ásia. Segundo estimativas da National Association of Manufacturers, maior associação industrial do país, 1 milhão de empregos serão gerados no setor até 2025 caso o preço do gás permaneça estável e a regulação da indústria seja favorável. Para analistas, além da queda nos custos do gás, a desvalorização do dólar, o aumento dos salários em países emergentes e leis ambientais rígidas na Europa têm aumentado a competitividade da indústria dos EUA.