O governo dos EUA planeja transferir o controle do programa de aviões não tripulados da CIA para o Departamento de Defesa. A informação foi dada, no dia 19, pelo portal The Daily Beast, da revista Newsweek. A CIA e o Pentágono conduzem programas independentes, e a ideia seria unificar os dois comandos. A transferência pode levar no mínimo um ano, mas deve ocorrer até 2016. A nova diretriz seria parte de uma estratégia abrangente, que vem sendo formulada há um ano pelo ex-conselheiro de contraterrorismo e atual diretor da CIA, John Brennan. O objetivo seria institucionalizar uma prática que é controversa por seu caráter clandestino e letal. Conhecidas como drones, as aeronaves realizam operações de vigilância e combate ao terrorismo no exterior. Os ataques costumam ter alvos humanos pré-definidos, mas já causaram a morte de centenas de civis. A percepção negativa da opinião pública nos EUA e da comunidade internacional, principalmente de países onde as missões são feitas, teriam motivado a mudança. Os críticos exigem mais transparência e embasamento jurídico para as ações. Missões militares estão sujeitas às leis internacionais, mas escapam de maior supervisão doméstica. Após o Legislativo autorizar o uso da força, os militares não precisam prestar contas ao Congresso. É o caso dos drones usados atualmente no Paquistão como estratégia da Guerra do Afeganistão. Em contrapartida, a pressão legislativa tem crescido sobre o uso de drones pela CIA em outras partes do mundo. A agência de inteligência recebe ordens diretas do Executivo, mas pode eventualmente ser chamada a dar explicações ao Congresso.