Os EUA anunciaram que vão financiar uma consultoria internacional para auxiliar o Paquistão a importar gás natural liquefeito. A decisão ocorreu no encontro do Energy Working Group EUA-Paquistão, no último fim de semana. O grupo é parte de um esforço governamental e bilateral para reduzir a enorme carência energética do Paquistão. O país sofre constantes apagões e milhões de pessoas dispõem de apenas algumas horas de luz por dia. A consultoria privada deve começar a atuar ainda este ano, prestando assistência técnica para importação, transporte e distribuição do gás. O objetivo é acelerar o processo de aquisição, reduzindo as importações de petróleo, principal recurso usado na geração de eletricidade do país. O Paquistão produz 4,2 bilhões de metros cúbicos de gás por dia, mas precisa de 8 bilhões para atender o consumo doméstico. Apesar das reduções nos preços nos últimos anos, a importação de gás liquefeito ainda é custosa e operacionalmente complexa. Técnicos dos EUA já auxiliam Islamabad com projetos para renovar e modernizar barragens e usinas. Segundo analistas, a decisão dos EUA foi acelerada para impedir o avanço das negociações para a compra de gás natural do Irã pelo Paquistão. O governo iraniano se dispôs a financiar parte de um gasoduto entre os dois países, tendo praticamente concluído o trecho em seu território. O acordo aliviaria os efeitos do embargo internacional liderado pelos EUA ao comércio de petróleo e gás iranianos. No mesmo final de semana, o presidente paquistanês Asif Ali Zardari cancelou uma visita ao Irã para a discussão do projeto.