Casa Branca faz crítica moderada a decreto egípcio

A secretária de Estado Hillary Clinton manifestou preocupação com o decreto emitido pelo presidente egípcio Mohamed Morsi, no dia 22. Em telefonema a seu contraparte egípcio, Mohamed Arm, Clinton disse que os EUA gostariam que as reformas políticas não levassem à concentração de poder. Morsi deu imunidade ao Executivo e à Assembleia Constituinte contra eventuais medidas do Judiciário. O presidente também pediu revisão do julgamento do ex-líder Hosni Mubarak e a incriminação de membros do antigo governo por repressão durante a Primavera Árabe. A iniciativa de Morsi, que foi eleito pela Irmandade Muçulmana, despertou forte reação por parte de juízes e da população. Muitos manifestantes vêm enfrentando forças oficiais nas ruas do Cairo, mesmo após o presidente reverter algumas medidas e garantir que as decisões serão temporárias. Em contrapartida, outros protestam contra a demora do governo em julgar abusos cometidos pelo regime anterior. Apesar dos sinais de nova convulsão social no Egito, a administração Obama evitou críticas mais fortes. A relação entre Washington e Cairo vem sendo testada desde a queda do ditador Mubarak, aliado dos EUA por mais de 30 anos. Para a Casa Branca, é importante garantir a cooperação do país árabe em questões regionais, como o conflito israelense-palestino. Um dia antes do decreto, Morsi anunciou o cessar-fogo entre Israel e Hamas após mais de uma semana de conflito. O acerto foi mediado em parceria com os EUA, que elogiaram o papel ativo do Egito na obtenção do acordo.

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