Brasil critica modelo de engajamento bilateral dos EUA
O governo brasileiro acredita que o aprofundamento comercial do Brasil com os EUA não será fácil se o parceiro não reconsiderar seu atual modelo de engajamento bilateral. A declaração foi dada por Ernesto Araújo, ministro-conselheiro da embaixada brasileira em Washington, no dia 16. Araújo criticou a ênfase dos EUA na promoção da desregulamentação dos mercados em seus acordos comerciais. Segundo o ministro-conselheiro, tal abordagem restringe o espaço político dos parceiros. O modelo de política comercial dos EUA seria voltado para o setor privado, diminuindo a margem de ação governamental. Além disso, Araújo ressalta que a plataforma econômica do presidente Barack Obama durante a campanha presidencial, ressaltando o papel do Estado na criação de empregos e a competição justa no comércio internacional, não se transformou em agenda negociadora. Em abril, o ministro das Relações Exteriores Antônio Patriota já demonstrava preocupação quanto à relação comercial entre os dois países. Para o ministro, o grande superávit dos EUA e a atual composição do comércio bilateral não são ideias. Apesar de o Brasil não estar em processo ativo de negociação com os EUA, Araújo acredita que Washington deve respeitar o espaço político de seus parceiros, e permitir o avanço de políticas domésticas econômicas e sociais. No final de setembro, Brasil-EUA discordaram sobre o aumento de tarifas comerciais brasileiras em 100 produtos do setor siderúrgico e a possibilidade de extensão para outros 100. Os EUA alertaram que a medida poderia gerar reações adversas dos parceiros comerciais brasileiros.