EPA rejeita pedido de suspensão do mandato de etanol
A Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês) recusou, no dia 16, petições de doze estados para suspender o mandato que exige a mistura de etanol à gasolina. Em agosto, governadores de estados como Carolina do Norte, Arkansas e Texas solicitaram a suspensão do programa devido à seca que atingiu o país no meio do ano. A maior estiagem dos últimos 50 anos afetou o cultivo de milho, que é usado tanto pela indústria de alimentos como pela de etanol. Setores pecuários e alimentícios alegam que o uso da commodity pela indústria de etanol encarece os alimentos, situação que teria sido agravada pela seca. Segundo estimativas setoriais, 40% da produção doméstica do grão é destinada ao biocombustível. Os produtores de etanol, no entanto, argumentam que a participação não ultrapassa 26%. Após analisar as demandas, a EPA concluiu que as reclamações eram infundadas. Reformular os padrões de combustíveis renováveis só seria possível em caso de dano severo à economia. O órgão também afirmou que a suspensão do mandato teria pouco impacto no preço do milho nesse momento, levando à redução máxima de 1% no valor do produto. Associações ligadas à indústria alimentícia e a ambientalistas que não consideram o etanol como energia limpa criticaram a decisão. Em contrapartida, a medida agrada aos exportadores no Brasil. A manutenção da mistura de etanol à gasolina nos EUA ajuda a manter o mercado para o biocombustível brasileiro. A decisão também favorece as exportações de milho do Brasil para os EUA. As vendas do grão, que eram inexistentes em 2010, devem exceder US$ 10 milhões em 2012.