Em discurso no dia 31, a secretária de Estado Hillary Clinton defendeu mudança na organização da oposição síria. Clinton disse apoiar a criação de uma nova estrutura representativa para maior inclusão dos combatentes que atuam no país. O anúncio reflete a percepção de Washington de que o Conselho Nacional Sírio (CNS), órgão encarregado de representar os opositores, perdeu influência no conflito. Composto por líderes políticos exilados em Paris, o CNS não tem sido capaz de obter apoio das minorias curdas e alauitas, e das milícias armadas que lideram o combate. As declarações de Clinton sinalizam um maior envolvimento dos EUA com a oposição. Nos últimos meses, o Departamento de Estado procurou intensificar os contatos com grupos que agem na linha de frente na Síria. Os EUA têm apoiado a formação de conselhos administrativos locais compostos por líderes civis e militares em regiões onde o regime Assad perdeu o controle. Segundo Clinton, o Departamento de Estado tem fornecido aos parceiros internacionais listas com nomes de grupos opositores que deveriam ter um papel central na nova organização. Analistas afirmam que a iniciativa da Casa Branca visa reduzir a influência de grupos extremistas islâmicos. A declaração da secretária foi feita dias antes do início de uma conferência no Qatar, da qual participam grupos da oposição síria e representantes dos EUA, da União Europeia e de países do Oriente Médio. Durante o encontro, será discutida a criação de um conselho composto por 50 membros entre representantes das minorias, do CNS e dos recém-criados conselhos administrativos locais.