O Reino Unido recusou um pedido dos EUA para usar bases militares que auxiliariam operações no caso de um ataque ao Irã. Divulgada pelo jornal The Guardian, no dia 25, a informação foi atribuída a funcionários do governo inglês. Os EUA teriam solicitado permissão para voos de combate a partir de suas próprias bases nas ilhas de Ascensão e Diego Garcia, que são territórios britânicos no Oceano Índico. Os diplomatas do país também teriam pressionado para usar bases britânicas no Chipre. Os pedidos, que não foram formalizados, seriam parte de um plano de contingência de Washington para a questão nuclear iraniana. A justificativa da recusa teria se baseado em um aconselhamento legal emitido pela procuradoria-geral inglesa. Segundo o parecer, o fornecimento de assistência a um ataque preemptivo viola o direito internacional. O documento afirmaria ainda que o programa nuclear do Irã não pode ser considerado uma ameaça clara. De acordo com as fontes do jornal, os EUA se surpreenderam com a resistência do governo inglês em apoiá-los. Para analistas, a negativa sinaliza a indisposição do Reino Unido para se envolver em um novo conflito, embora seja provável algum tipo de participação posterior caso um confronto seja iniciado. O Reino Unido tem forte presença militar no Golfo Pérsico. A Marinha britânica mantém 10 navios na região e tem grande interesse na segurança das rotas de passagem pelo Estreito de Ormuz. O porta-voz do Gabinete de Negócios Estrangeiros do Reino Unido e da Comunidade Britânica não confirmou se a procuradoria-geral foi consultada sobre o assunto, mas declarou não acreditar que uma ação militar contra o Irã seja a melhor solução nesse momento.