EUA e Afeganistão discutem acordo de segurança pós-retirada
Funcionários do Departamento de Estado se reuniram com o governo afegão, na última semana, para iniciar negociações sobre a presença de militares dos EUA no país após 2014. Conversas formais sobre um acordo bilateral de segurança devem começar nos próximos dias. O objetivo é discutir operações de contraterrorismo e treinamento de forças afegãs por um pequeno contingente militar, que permaneceria no Afeganistão depois da retirada das tropas. Em maio, o presidente Barack Obama e seu contraparte afegão, Hamid Karzai, assinaram um acordo de parceria estratégica com compromissos entre os dois países até 2024. O documento não compromete os EUA com presença militar ou gastos específicos, mas estipula um prazo de doze meses para a conclusão do acordo de segurança. Um dos pontos de divergência nas negociações será a exigência sobre imunidade legal para soldados dos EUA, condição que os deixa fora do alcance da justiça afegã, caso cometam crimes ou matem civis acidentalmente. No Afeganistão, governo e população resistem em estender a imunidade devido a abusos cometidos por militares dos EUA e preocupações quanto à soberania nacional. Em 2011, o Iraque se recusou a manter a mesma garantia, o que levou à retirada completa das tropas que estavam no país desde 2003. Segundo analistas, há mais chances de o pedido ser atendido no caso do Afeganistão, já que sua dependência financeira em relação aos EUA é maior. Entre outros termos em discussão, está o interesse do governo afegão em ser protegido contra eventuais ataques de países como o Paquistão.