Estudo legislativo recomenda imposto sobre carbono
O Congressional Research Service elaborou, em setembro, um relatório favorável a tributar emissões de gases poluentes. O órgão, responsável por realizar estudos sobre temas diversos para o Congresso, acredita que a taxa ajudaria a economia como um todo. A partir de uma taxação de 20 dólares por tonelada métrica emitida, poderia haver redução de pelo menos 12% no crescimento do déficit fiscal projetado para os próximos dez anos. De acordo com a previsão mais pessimista do Congressional Budget Office, o país acumulará mais US$ 10 trilhões em dívidas até 2022. Outra opção para aplicar os novos recursos seria compensar uma diminuição da receita federal com reduções de impostos, como os incidentes sobre renda e investimentos. A maior incerteza é em relação aos setores produtivos a tributar, porque a escolha poderia fazer com que custos extras de produção fossem repassados aos consumidores. Nesse caso, as famílias de baixa renda seriam as mais prejudicadas. O imposto sobre carbono é uma alternativa à solução do tipo cap-and-trade. De acordo com esse sistema, setores poluentes teriam um limite máximo para emissão e cotas extras poderiam ser adquiridas de empresas mais eficientes no “mercado de carbono”. No entanto, legislações limitando a quantidade de emissões nunca conseguiram passar no Congresso. A Câmara chegou a aprovar uma proposta em 2009, que não foi votada no Senado. Assim como no caso do cap-and-trade, a maior resistência à taxa de carbono deve partir de congressistas conservadores, principalmente republicanos, e de lobistas do setor de energia fóssil.