Anúncios pró-energia fóssil superam concorrentes verdes
Os gastos do setor de energia fóssil com propaganda em televisão superam as mesmas despesas por indústrias de energia limpa em 2012. Segundo análises publicitárias, US$ 153 milhões em anúncios promoveram a exploração de carvão, petróleo e gás. O valor é quase quatro vezes superior aos US$ 41 milhões dispendidos em prol de recursos renováveis. Esses montantes também diferem dos totais na campanha presidencial em 2008, quando Barack Obama prometeu criar as bases para uma matriz energética mais renovável. Na época, até as petrolíferas investiram em campanhas pró-energia limpa para melhorar sua imagem pública. O total gasto naquele ano foi de US$ 153 milhões em anúncios “verdes” contra US$ 108 milhões para energia tradicional. Ironicamente, a disproporção atual reflete o descontentamento de ambos os lados com o governo nos últimos 4 anos. Os setores verdes estão frustrados com a timidez da agenda do governo, enquanto os tradicionais criticam as medidas federais. Representantes de indústrias fósseis atacam o adiamento da construção do oleoduto Keystone XL, as leis antipoluição e a dificuldade de se obter concessão para exploração em áreas públicas. Os anúncios associam a inflação na gasolina a falhas na política energética. O setor petrolífero também difunde a ideia de que Obama aumenta a dependência do país por petróleo externo. Com as turbulências políticas em zonas produtoras e a maior demanda das economias emergentes, suas escolhas pesariam no bolso do consumidor nos EUA. Por estar diretamente ligado à economia, o tema promete ser um dos mais explorados até as eleições.