EUA pressionam por uso de reservas estratégicas de petróleo
A Agência Internacional de Energia (AIE) pretende lançar um plano de ação coletiva para liberar reservas estratégicas de petróleo em setembro. Pelo estatuto da agência, as reservas dos países membros devem ser usadas em casos emergenciais, como desastres ambientais, disfunções técnicas e ataques à infraestrutura. Mas segundo analistas em energia, o plano atual decorre da pressão dos EUA para desacelerar os preços da commodity e de seus derivados. Na última semana, o preço do barril no mercado mundial alcançou US$ 120 e a gasolina nos EUA subiu cerca de 10% em relação a junho. A inflação do combustível causa preocupação à campanha de reeleição do presidente Barack Obama. Historicamente, a popularidade dos presidentes no país cai em proporção inversa à alta do combustível. Inicialmente oposta ao uso de estoques para fins econômicos, a AIE teria finalmente concordado para evitar que uma eventual ação unilateral dos EUA afetasse a credibilidade da instituição. Para os EUA, o esforço conjunto teria maior efeito prático em convencer os países produtores, principalmente membros da OPEP, a elevar a produção. Apesar da expectativa por parte da Casa Branca, o aumento de produção no mundo árabe enfrenta obstáculos. Com as sanções internacionais contra o Irã e a baixa produção iraquiana, poucos produtores podem contribuir significativamente. A própria Arábia Saudita já estaria com a produção excedente próxima do limite, além de sofrer pressões domésticas para não reduzir os preços.