Irã sedia reunião dos Não-Alinhados sob protesto dos EUA
A 16ª Conferência Ministerial do Movimento de Países Não Alinhados começou no dia 26, em Teerã, com a presença de quase todos os membros do grupo. Na abertura do evento, o Irã defendeu o desenvolvimento de seu programa nuclear, agradecendo aos participantes pelo que considera uma manifestação de apoio. O programa nuclear iraniano é a principal causa pela qual Washington desaprovou o país como sede do encontro. O desconforto da Casa Branca aumentou depois que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, confirmou presença. A administração Obama havia pedido publicamente para que o secretário não comparecesse, uma vez que sua participação poderia desacreditar a campanha dos EUA para isolar o Irã do cenário internacional. Outra autoridade no evento que preocupa Washington é o primeiro-ministro indiano, Manmohan Singh. A Índia é uma potência asiática aliada dos EUA e o seu apoio ao Irã desafia a política dos EUA em relação ao país persa. Para analistas, o elevado número de nações presentes na conferência comprova o fracasso das sanções internacionais contra o Irã e pode simbolizar uma perda de prestígio dos EUA junto a nações emergentes. Funcionários da administração Obama, em condição de anonimato, afirmam que o governo teme que a reunião seja uma janela de oportunidade para aumentar a legitimidade do Irã junto à comunidade internacional. O Movimento dos Não-Alinhados existe desde 1961, tendo sido uma iniciativa de países de terceiro mundo para criar uma alternativa às potências da Guerra Fria. Atualmente o grupo conta com 120 membros e observadores de peso, como China e Brasil.