Analistas consideram irreal plano de energia de Mitt Romney
O candidato republicano à presidência, Mitt Romney, anunciou seu projeto de energia para os EUA. Divulgado no dia 23, o plano “Independência Energética” flexibiliza leis regulatórias, transferindo o controle sobre exploração em terras públicas para os governos estaduais. A ideia é maximizar a produção doméstica de petróleo, gás e carvão, reduzindo a burocracia federal. Com o novo marco regulatório, os estados teriam um poder inédito em mais de cem anos. A meta é acabar com a dependência de recursos externos, pelo menos de petróleo e gás fora da América do Norte, até 2020. O oleoduto canadense Keystone XL e as licenças para extração em áreas de proteção ambiental, suspensos pelo atual governo, seriam liberados. Energias renováveis seriam consideradas, mas o desenvolvimento de novas tecnologias caberia à iniciativa privada. Preocupações com meio ambiente ou eficiência energética foram excluídas da agenda. O candidato afirmou que estimular o setor fóssil pode gerar 3 milhões de empregos e ajudar a recuperar a economia. De acordo com integrantes de sua campanha, as indústrias fósseis ajudaram a elaborar o plano. A proposta foi considerada irreal por analistas, que dizem ser impossível alcançar independência energética em tão pouco tempo. O país consome cerca de 18 milhões de barris de petróleo por dia, quando a produção doméstica diária é em torno de 6 milhões. Mesmo a promissora exploração de petróleo e gás de xisto não seria suficiente para fechar a conta no curto prazo. Para os especialistas, a solução não é reduzir a dependência de recursos externos, mas de petróleo em si.