EUA questionam fóruns multilaterais sobre mudança climática
A recente declaração do enviado especial para Mudança Climática, Todd Stern, pode indicar uma nova visão dos EUA sobre a questão. Em visita a New Hampshire no dia 2, Stern afirmou que as conferências realizadas pelas Nações Unidas não seriam suficientes para se chegar a uma solução para o problema climático. Os debates na ONU estariam excessivamente polarizados entre nações desenvolvidas e em desenvolvimento. Além disso, seria difícil alcançar consenso entre mais de 190 participantes com visões diferentes sobre o problema. Stern defendeu maior ênfase em fóruns menores de discussão, como o G20. Outro grupo ressaltado foi o Fórum das Maiores Economias sobre Energia e Clima (MEF), que inclui países responsáveis por cerca de 80% das emissões globais. Apesar do título, o MEF não inclui o Brasil, por exemplo. Para o enviado especial, essas iniciativas paralelas não têm o propósito de concorrer com grandes conferências multilaterais, mas agilizar o debate. O discurso foi concluído com a ideia de que persuadir indivíduos e instituições, tanto nos EUA como no mundo, requer condenar o suposto “alarmismo climático” vigente atualmente. A fala provocou reação negativa da União Europeia, que acusou os EUA de descumprir promessas assumidas em negociações multilaterais. Para os europeus, Stern também teria menosprezado evidências científicas sobre aquecimento global. O representante dos EUA rebateu a crítica, reiterando a crença em estudos que relacionam mudança climática à ação humana. O negociador, no entanto, ressaltou que as análises ainda apresentam muitos pontos obscuros.