EUA e Egito vêm intensificando negociações sobre assistência militar em função do aumento da instabilidade na fronteira do Egito com Israel. Segundo funcionários do Pentágono, as discussões envolvem um pacote de auxílio que inclui equipamentos, treinamento policial e tecnologia para vigilância. O objetivo é melhorar a segurança na região do Sinai, palco de recentes ataques. Autoridades dos EUA, como o secretário de Defesa Leon Panetta, já haviam recomendado ao Egito aumentar o combate a extremistas. Na ocasião, o pedido foi interpretado por militares e civis como uma interferência externa. O Egito se opunha ao envolvimento direto dos EUA em questões de segurança e resiste a propostas de cooperação, como treinamento de policiais. A mudança de opinião no Cairo parece ter sido motivada pelos últimos acontecimentos no Sinai. No dia 5, um ataque à guarda fronteiriça matou 16 soldados egípcios. O episódio levou o presidente, Mohammed Morsi a dispensar vários funcionários responsáveis pela segurança nacional, inclusive o ministro da Defesa, marechal Hussein Tantawi. A intervenção de Morsi foi celebrada nas ruas pela população e pode mostrar um realinhamento estratégico positivo para a Casa Branca. No domingo, 12, o general Abdel-Fattah el-Sissi assumiu o Ministério da Defesa, uma indicação elogiada pela administração Obama, já que o general tem fortes laços com os EUA. A estabilidade política no Egito é vista em Washington como vital para a segurança regional e a manutenção do Tratado de Paz com Israel.