Venda de armas a países árabes visa segurança coletiva
O Pentágono informou ao Congresso, há três semanas, sobre planos de vender US$ 4,2 bilhões em armamentos e equipamentos de defesa antimíssil ao Kuwait. Essa foi a mais recente de uma série de transações dessa natureza com países do Golfo Pérsico. Os Emirados Árabes adquiriram mais de US$ 12 bilhões em instrumentos de defesa antimíssil nos últimos quatro anos. Recentemente, a Arábia Saudita comprou cerca de US$ 60 bilhões em armamentos. As negociações com o Kuwait mostram o empenho dos EUA em reforçar vínculos militares com países do Conselho de Cooperação do Golfo, que além do Kuwait, inclui Arábia Saudita, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Omã e Bahrein. A aproximação visa aumentar a segurança regional diante da percepção de que o programa nuclear iraniano representa uma ameaça comum. Outra meta é construir um sistema de defesa antimíssil no Golfo Pérsico. O escudo teria como função proteger cidades, refinarias de petróleo e bases militares de um eventual ataque do país persa. Em discurso durante reunião com o Conselho, a secretária Hillary Clinton também enfatizou a importância de integração das capacidades militares, insistindo na ideia de risco iraniano. Entretanto, a perspectiva de se estabelecer uma estrutura regional de segurança esbarra em alguns obstáculos relevantes. Os países teriam, por exemplo, que compartilhar informações estratégicas e desenvolver mecanismos multilaterais de decisão. Analistas acreditam que, dadas as rivalidades entre os países árabes, o sistema coletivo de defesa teria poucas chances de se concretizar.