Clinton faz crítica indireta a investimento chinês na África
Em viagem de 11 dias pela África, a secretária de Estado Hillary Clinton fez críticas indiretas ao modelo de investimento chinês no continente. Discursando no Senegal, no dia 1, Clinton advertiu os países africanos sobre os riscos de negociações externas que desconsiderem questões como sustentabilidade, democracia e direitos humanos. A secretária afirmou que, ao contrário de outras nações, os EUA apoiam esses valores e que a África deve priorizar parcerias com países responsáveis. Embora sem indicar o país asiático, a fala da secretária foi tomada como sendo direcionada a Pequim. A agência de notícias oficial da China chegou a divulgar, no dia 3, que as insinuações são falsas e que os EUA estimulam divergências para obter ganhos. Os EUA reclamam que a falta de transparência nos acordos chineses para exploração de petróleo na região prejudica a livre concorrência. A Casa Branca também afirma que, ao dar verbas a ditadores acusados de corrupção, governos estrangeiros ajudam esses dirigentes a lesar o povo africano. Apesar da retórica moral, a preocupação dos EUA pode estar mais relacionada à disputa por acesso aos recursos de energia e à influência política dos chineses na África. Em 2009, a China ultrapassou os EUA como maior parceiro comercial dos africanos, movimento liderado pelo setor de energia. Os comentários da secretária ocorreram 15 dias após encontro do presidente chinês, Hu Jintao, com líderes africanos. Hu prometeu crédito de U$S 20 bilhões para projetos de infraestrutura, agricultura e desenvolvimento na África nos próximos três anos.