Afeganistão ganha status de aliado estratégico
Os EUA concederam status de aliado estratégico ao Afeganistão. A decisão foi dada pela secretária de Estado Hillary Clinton em Cabul, no dia 6, como parte de um pacto negociado em março e assinado na semana passada. Com a nova condição, o Afeganistão integra um grupo reduzido de parceiros não membros da OTAN. A denominação não significa que os EUA estejam comprometidos com a segurança do Afeganistão, como acontece em relação ao Japão. Mas permite a Cabul acesso a programas de cooperação militar e facilidade de auxílio financeiro entre membros da OTAN. Um dos objetivos da Casa Branca é atenuar temores de que a saída das tropas em cerca de dois anos gere instabilidade no Afeganistão. O mandato do presidente afegão, Hamid Karzai, termina em 2014 e a sua sucessão promete ser turbulenta. Clinton afirmou que os EUA não vão abandonar o país, onde esperam manter 20.000 soldados para apoio à segurança. Durante reunião em Tóquio no dia 8, a secretária obteve promessas de doações ao Afeganistão por países como Japão e Alemanha. As contribuições devem somar US$ 16 bilhões nos próximos quatro anos, embora condicionadas ao combate à corrupção pelo governo afegão. A Casa Branca se comprometeu com quase 25% do montante, apesar de ser difícil convencer o Congresso a liberar o equivalente a US$ 3,9 bilhões. Especialistas criticaram a decisão por considerar o Afeganistão uma questão de segurança de segunda grandeza. Micah Zenko, analista do Council on Foreign Relations, alega que a percepção de ameaça alardeada por militares dos EUA é superestimada.