Energia e Meio Ambiente

ExxonMobil surpreende ao participar de licitação afegã

A ExxonMobil se candidatou, no dia 5, a um processo de licitação de petróleo e gás no Afeganistão. Outras sete companhias estrangeiras, entre elas a brasileira Petra Energia, competem pela exploração de uma reserva estimada em 1 bilhão de barris. A decisão da Exxon surpreendeu o mercado, já que a empresa nunca demonstrou interesse no Afeganistão. Além da quantidade de petróleo ser modesta, o país tem pouca infraestrutura e alta instabilidade política. Analistas acreditam que a inesperada decisão tenha sido estimulada pelo governo dos EUA na tentativa de manter influência local. Outra razão seria reduzir a crítica dos republicanos, que acusam a Casa Branca de permitir que petrolíferas regionais se beneficiem dos esforços de guerra dos EUA. Desde 2010, o Pentágono aplica no Afeganistão o programa Task Force for Business and Stability Operations. Criado para o Iraque em 2006, o plano visa gerar estabilidade econômica como forma de combate à violência. No caso do Afeganistão, geólogos foram enviados ao país para ensinar técnicas de prospecção de recursos naturais. Desde então, apenas estatais chinesas ganharam direitos de exploração. O Banco Mundial estima que Cabul enfrentará um déficit orçamentário de US$ 3,9 bilhões anuais após a retirada das tropas dos EUA em 2014. Isto porque o término da guerra pode implicar no fim da assistência financeira recebida de alguns países da OTAN. Para os EUA, os investimentos da Exxon compensariam parte do déficit e poderiam dificultar o aumento de influência de potências regionais.

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