Rússia e EUA pedem transição política na Síria

Os presidentes Barack Obama e Vladimir Putin fizeram, no dia 18, uma declaração conjunta sobre a Síria. Os líderes dos EUA e da Rússia defenderam o fim da violência e a transição política no país. O pronunciamento ocorreu durante reunião do G20 no México, no primeiro encontro entre os dois depois que Putin venceu as eleições em maio. O apoio à transição, inédito por parte da Rússia, sinalizou certo entendimento. No entanto, diplomatas presentes apontaram a persistência de divergências. Citando a Líbia e o Egito, Putin teria mostrado ceticismo quanto à eficácia da mudança de regime para conter a violência. No encerramento da reunião do G20, o líder russo disse que o destino da Síria cabe ao povo sírio decidir. A Rússia também teme que a saída do presidente sírio Bashar al-Assad reduza a influência russa no Oriente Médio, apesar de Obama ter reiterado o contrário. Moscou é um mediador importante em função de laços econômicos com os sírios, que incluem venda de armamentos e investimentos em energia. Igualmente relevante é o fato da Síria sediar uma base militar russa. No dia 19, um navio russo com armamentos a caminho da Síria teria retornado ao Mar Báltico. Analistas acreditam que a decisão foi tomada pelo Kremlin após uma seguradora londrina suspender a apólice de risco para o navio. Como o embarque violava as sanções do bloco europeu à Síria, a empresa ficaria sujeita a punições comerciais. Os EUA negam interferência direta, embora a tática de boicotar seguro marítimo a cargas sírias tenha sido iniciada pelo Departmento do Tesouro há quatro meses.

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