O presidente Barack Obama pretende convencer a Rússia a apoiar um plano para solucionar o conflito na Síria. A proposta deverá ser discutida em junho, no encontro com o presidente russo, Vladmir Putin. De acordo com funcionários da administração, a ideia é reproduzir na Síria o modelo de mudança de regime no Iêmen, que teve forte apoio dos EUA. No caso iemenita, o presidente Ali Abdullah Saleh renunciou e foi substituído pelo vice-presidente, que convocou eleições. Na Síria, o presidente Bashar al-Assad também deixaria o cargo para satisfazer a oposição, embora mantendo membros do governo no poder durante o período de transição. A proposta poderia evitar uma eventual intervenção ocidental na Síria, à qual os russos se opõem. A Rússia tem um papel importante na questão síria em função de suas relações com o regime Assad. Além de abrigar a única base militar da Rússia fora do território da antiga União Soviética, a Síria é um grande mercado para armamentos e investimentos russos em energia. O plano da Casa Branca já teria sido introduzido ao primeiro-ministro Dmitri Medvedev no encontro do G-8 há menos de um mês. Embora Medvedev não tenha descartado a oferta, a palavra final será de Putin, cujo início de governo tem sido marcado por certo esfriamento nas relações com os EUA. Além disso, Moscou teme que a transição política represente perda de sua esfera de influência na Síria. Segundo uma fonte anônima no governo dos EUA, o objetivo da proposta não é reduzir a influência da Rússia, mas estabilizar a situação na Síria.