Administração pressionada a divulgar missões com drones

A administração Obama considera dar mais detalhes sobre o uso de aviões não tripulados no exterior para atenuar críticas sobre o sigilo das operações. Os drones começaram a ser usados no governo Bush como parte da estratégia de combate à Al Qaeda após o 11 de setembro, mas seu uso vem sendo largamente adotado por Barack Obama. Apesar de o governo reconhecer que missões desse tipo são executadas pelo Pentágono e pela CIA, as informações a respeito são revestidas de confidencialidade. Revelar dados sobre operações com drones sem autorização constitui, inclusive, crime grave e sujeito à pena capital. Entre as mudanças possíveis na política de drones estaria a divulgação prévia a líderes no Congresso sobre possíveis alvos dos ataques. No dia 11, os representantes Dennis Kucinich (D-OH) e John Conyers (D-MI) propuseram emenda à Lei de Autorização de Defesa Nacional, restringindo as ações a alvos com identidade conhecida. Nos últimos dois anos, a União Americana das Liberdades Civis moveu duas ações judiciais para que a CIA divulgue registros de suas investidas. O jornal The New York Times também pede na justiça acesso às justificativas da missão que matou recentemente o Anwar al-Awlaki, cidadão dos EUA e líder da Al Qaeda no Iêmen. A questão, no entanto, divide opiniões dentro do governo. A CIA teme que seja aberto um precedente perigoso para que outros programas confidenciais também possam ter o sigilo de suas informações questionado. Já funcionários da administração favoráveis à reforma acreditam que a iniciativa prevenirá o desgaste dos questionamentos pela sociedade civil.

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