Impasses fiscais na agenda do Congresso para o fim de 2012
O porta-voz da Câmara, John Boehner (R-OH), defendeu que o aumento no limite da dívida só deve ser aprovado se vinculado a cortes e reformas nos gastos do governo. Em encontro sobre políticas fiscais, no dia 15, Boehner reiterou a posição de seu partido nas discussões do ano passado acerca do Budget Control Act (BCA, na sigla em inglês). Na ocasião, os republicanos ameaçaram deixar o país declarar moratória caso não houvesse cortes de gastos maiores do que o montante acrescido ao limite da dívida. Situação semelhante se repetirá no fim desse ano, já que o teto da dívida deve ser atingido após as eleições de novembro. Como atenuante, o Congresso normalmente adota poucas medidas após eleições, esperando a posse dos novos congressistas no ano seguinte. Outras questões relacionadas à política econômica também devem ser afetadas, como os cortes orçamentários estabelecidos pelo BCA. Além disso, em janeiro acabam as isenções de impostos da era Bush para famílias com renda superior a US$ 250 mil. Em março, o Escritório de Orçamento do Congresso calculou que a implementação dessas medidas subtrairá US$ 388 bilhões da economia, podendo levar ao desaparecimento de 1,8 milhão de empregos segundo analistas. Enquanto os republicanos querem eliminar as reduções do orçamento de defesa e prorrogar as isenções de impostos, os democratas pretendem evitar os cortes em programas sociais, vinculando um acordo ao aumento na arrecadação federal. Autoridades, como o presidente do Fed Ben Bernanke e o secretário do Tesouro Timothy Geithner, já alertaram acerca dos riscos para a recuperação da economia se o Congresso não chegar a uma solução sobre as questões.