Obama sela acordo EUA-Afeganistão em visita surpresa a Cabul

Em visita inesperada a Cabul, no dia 1o, o presidente Barack Obama assinou o Acordo de Parceria Estratégica EUA-Afeganistão. O documento estabelece as bases de cooperação entre os dois países após a retirada das tropas, em 2014. A aparente pressa em selar o trato visa realçar o comprometimento do país com o Afeganistão pós-conflito. A garantia é vital para que se obtenha mais apoio financeiro e operacional dos aliados, que discutirão as perspectivas da guerra em reunião da OTAN no final do mês. Apesar de afirmar que o “tempo de guerra” acabou, Obama evitou declarar o fim da missão, a exemplo do que fez o ex-presidente George W. Bush no Iraque em 2003. Sua reticência se deve principalmente à percepção entre os militares de que o movimento insurgente não esteja completamente derrotado. Analistas alegam que a viagem teve outros objetivos, como mostrar ao Talibã o apoio dos EUA a Karzai na liderança e reconstrução do país. Como o anúncio reforça a intenção de se encerrar a guerra, a ida do presidente teria como objetivo agradar um eleitorado cada vez mais resistente à participação dos EUA. Para os republicanos, a data do acordo ser a mesma do aniversário da morte de bin Laden foi proposital, já que a execução do terrorista é considerada um dos maiores trunfos em política externa da administração Obama. Para o senador Jim Inhofe (R-OK), a viagem relâmpago estaria relacionada diretamente às eleições. O pré-candidato republicano Mitt Romney elogiou o acordo, mas criticou a politização em torno da morte de bin Laden.

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