No encontro do Grupo 5+1 (membros do Conselho de Segurança e a Alemanha), previsto para o fim de maio em Bagdá, os EUA devem estar mais abertos ao diálogo com o Irã. Segundo membros do governo, os negociadores estariam dispostos a permitir que o país persa enriqueça urânio a 5%, nível ideal para a maioria dos fins civis. Gary Samore, alto funcionário da Casa Branca para não proliferação nuclear, disse que a flexibilidade em relação ao programa iraniano é uma questão de negociação. A concessão estaria condicionada à aceitação iraniana de inspeções irrestritas e de salvaguardas pela Agência Internacional de Energia Atômica. Tal otimismo seria decorrente do efeito das sanções econômicas impostas pelos EUA, que teriam tornado o Irã mais propenso a permitir supervisões por inspetores internacionais. Outro fato seria o cenário doméstico israelense. Diferentes setores sociais em Israel se opõem a um ataque unilateral ao Irã, o que pode significar menor pressão do governo israelense sobre a administração Obama. Outra razão seria a percepção em Washington de que dificilmente o Irã concordaria em interromper completamente seu programa nuclear. Nesse sentido, a Casa Branca estaria consciente de que a melhor estratégia seria aceitar a nuclearização do Irã, porém em conformidade com regimes internacionais. No entanto, analistas acreditam que qualquer afrouxamento pelos EUA deve enfrentar grandes obstáculos, principalmente entre membros republicanos do Congresso.