Departamento de Justiça indicia ex-funcionário da BP
Um ex-funcionário da BP foi preso, no dia 24, após ser acusado pelo Departamento de Justiça de obstruir a lei na investigação sobre o derramamento de petróleo no Golfo do México em 2010. Kurt Mix, engenheiro da empresa na ocasião, é a primeira pessoa envolvida no episódio a ser indiciada e presa. Mix teria apagado cerca de 300 mensagens de celular (SMS) enviadas a seu supervisor e a um empreiteiro entre 2010 e 2011. O conteúdo de algumas mensagens, descoberto por técnica forense, traz informações importantes para a apuração sobre o desastre. Em 2010, o engenheiro teria deletado 200 SMS que indicavam a ineficácia do método utilizado pela BP para conter o vazamento. A solução de injetar lama no poço Macondo provou ser insuficiente devido ao fato de o problema ser três vezes maior do que os técnicos estimavam. Apesar de estar ciente de que o volume vazado era maior, a empresa teria divulgado dados muito inferiores. Outras 100 mensagens teriam sido apagadas no ano seguinte. O agravante no processo é que o acusado já havia sido notificado da obrigação de preservar todos os registros das comunicações. Caso condenado, Mix poderá receber sentença de até 20 anos de prisão e ainda pagar multa de US$ 500 mil. A BP não comentou a prisão do ex-funcionário, mas afirmou que continuará colaborando com as investigações. O vazamento foi o maior desastre ambiental da história dos EUA e vitimou fatalmente 11 trabalhadores. Dois anos após o ocorrido, o processo judicial continua em andamento, podendo levar a novos indiciamentos.