Clinton adverte Paquistão sobre gasoduto com Irã
A secretária de Estado Hillary Clinton criticou, no dia 7, a iniciativa do Paquistão de construir um gasoduto com o Irã. Em audiência no Senado, Clinton afirmou que o aliado poderá sofrer sanções previstas no Iran Sanctions Act de 1996. A lei pune empresas estrangeiras, incluindo estatais, que façam investimentos acima de US$ 20 milhões no setor iraniano de energia. A advertência evidencia o esforço da Casa Branca em desencorajar a comunidade internacional a se relacionar com o Irã. De acordo com Clinton, as punições teriam efeitos desastrosos para o Paquistão, em função de sua precariedade econômica. Líderes paquistaneses alegam que a ameaça dos EUA não impedirá a cooperação com o Irã. A ministra das Relações Exteriores, Hina Rabbani Khar, disse que a escassez energética no Paquistão impede o país de ser seletivo quanto a fornecedores de energia. O gasoduto em questão, previsto no Acordo de Compra e Venda de Gás de 2009 e estimado em US$ 7 bilhões, permitiria o abastecimento da demanda paquistanesa com 750 milhões de pés cúbicos por dia de gás iraniano. Cerca de 900 km do gasoduto já foram construídos no Irã, com mais 200 km em território iraniano e 1.000 km no Paquistão para serem finalizados em 2014. Outros 600 km estenderiam os dutos do Paquistão até a Índia. Visando uma solução para o problema energético desses aliados asiáticos, a administração Obama propõe como alternativa um gasoduto ligando o Turcomenistão ao Paquistão e à Índia através de território afegão. No entanto, críticos da proposta afirmam que a instabilidade no Afeganistão inviabiliza tal projeto.