China e EUA discutem financiamentos de exportações

Detalhes das conversas entre China e EUA na semana passada foram revelados por um funcionário do Departamento do Tesouro sob condição de anonimato. As negociações giraram em torno da criação de um acordo de diretrizes internacionais para o financiamento de exportações. Os países estão trabalhando na criação de uma estrutura nova, que substituiria o atual acordo sobre créditos para exportação da OCDE. Os chineses não desejam adotar as práticas em uso pelos membros da organização. Dentre as razões apontadas está uma “questão de soberania”: a China não quer acatar regras que tenham sido criadas sem sua presença. Outro motivo é a visão, largamente difundida no país, de a OCDE ser um “clube das nações ricas”. Para os EUA, que têm interesse na criação de um novo acordo, a participação chinesa é mais importante do que o formato do mesmo. O acordo da OCDE deve ser utilizado como ponto de partida, o que deve fazer com que o resultado final não seja diametralmente oposto às práticas vigentes. Os três objetivos do acordo atual serão matidos: competição baseada no preço e na qualidade dos bens, e não em seu financiamento; combate aos subsídios; e transparência. O principal problema é a aceitação pela China de normas de governança da OCDE. Os EUA almejam um acordo que se aplique a todos os países, sem exceções. Outra questão é a inclusão de outros países, sobretudo Brasil, África do Sul e Índia. Apesar de oferecerem créditos para suas indústrias nacionais, estes países não apresentam capacidade para competir com os subsídios da China, o que poderia aliá-los aos EUA no combate às práticas chinesas.

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