Alto lucro da Exxon põe em cheque incentivos públicos
A petrolífera texana ExxonMobil divulgou, no dia 31, um lucro líquido de US$ 41 bilhões em 2011. O resultado é um dos maiores de sua história e 35% superior ao de 2010. A rentabilidade ocorreu não obstante a produção de petróleo da empresa ter caído 9% no mesmo período. O resultado positivo se deve à alta no preço do barril de petróleo, que ultrapassou US$ 100 no ano passado. Em contrapartida, o custo de produção do barril se manteve estável, entre US$ 2 no Oriente Médio e US$ 15 nos EUA. A divulgação do balanço, no entanto, despertou questionamentos sobre incentivos públicos nos EUA. No ano passado, o Congresso aprovou a manutenção de US$ 4 bilhões em isenções fiscais para indústrias de petróleo e impediu que os cofres públicos recuperassem US$ 53 bilhões em royalties não coletados. O apoio legislativo é dado principalmente por congressistas republicanos. A ExxonMobil, por sua vez, cultiva o suporte do partido. De acordo com o Center for Responsive Politics, a empresa doou mais de US$ 800 mil para candidatos republicanos em 2011. O valor corresponde a 92% de toda a quantia destinada a campanhas naquele ano, quando também foram gastos cerca de US$ 13 milhões com lobby em Washington. Críticos dos estímulos públicos ao setor petrolífero alegam que o sacrifício dos contribuintes não resulta em maior geração de empregos. Entre 2006 e 2009, período de alta lucratividade para o segmento petrolífero, a empresa demitiu 500 funcionários nos EUA. O fim dos incentivos a indústrias de petróleo e gás é defendido pelo presidente Barack Obama, mas enfrenta forte resistência no Congresso.