Obama confere destaque à energia no Estado da União
O discurso do Estado da União, proferido pelo presidente Barack Obama no dia 24, destacou tanto recursos fósseis quanto energias renováveis na política energética dos EUA. A referência aos temas é uma resposta aos ataques republicanos que exploram insucessos do programa de estímulo à energia verde. Os republicanos também acusam o presidente de prejudicar a indústria nacional de hidrocarbonetos, tida como grande geradora de empregos. Um dos pontos ressaltados no discurso foi o aumento da produção doméstica de petróleo como forma de reduzir a dependência externa do produto. Divulgado na véspera, um relatório da Energy Information Administration (EIA) apontou que de 2007 a 2010 a produção nacional aumentou quase 8%, revertendo tendência de anos anteriores. Obama anunciou que permitirá a exploração de recursos em mais de 75% das reservas offshore dos EUA. O ponto central, no entanto, foi a ênfase ao setor de gás natural. O grande potencial do gás não convencional para a geração de eletricidade e o setor de transporte foi valorizado, mas Obama se comprometeu a desenvolvê-lo observando a saúde e a segurança da população. Os métodos de extração do gás de xisto, por exemplo, são controversos por apresentarem riscos de contaminação ambiental. Os estímulos à energia limpa também foram defendidos, inclusive com o anúncio de que o Pentágono, instituição que mais consome petróleo no mundo, continuará investindo fortemente em tecnologias verdes. Já revelando um tom de campanha, Obama retomou a todo momento a oportunidade de geração de empregos oferecida pelo setor energético.