Irã recebe alerta contra fechamento do Estreito de Ormuz
Em declaração no dia 12, o secretário de Defesa, Leon Panetta, disse considerar inaceitável o fechamento do Estreito de Ormuz pelo Irã. Dias antes, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Martin Dempsey, já afirmara que os EUA reagiriam militarmente para reabrir a passagem. Funcionários da administração Obama também confirmam que uma mensagem foi enviada ao líder supremo do Irã, o Aiatolá Ali Khamenei, alertando-o contra a ação. A importância estratégica do Estreito se deve principalmente ao grande fluxo de petróleo que o atravessa: 17 milhões de barris por dia, o equivalente a um quinto da produção mundial. Segundo especialistas, uma crise envolvendo a passagem poderia causar um aumento de cerca de 50% no preço do barril. Para Dennis Ross, ex-assessor para o Golfo Pérsico e o Sudeste Asiático no Departamento de Estado, é improvável que o Irã concretize a ameaça. Além de escoar a produção iraniana de petróleo, o Estreito recebe a maior parte das importações do Irã, inclusive produtos alimentícios. Como fechá-lo seria catastrófico para a economia do país, analistas acreditam que a ameaça seja apenas recurso de retórica. Embora apostem na improbabilidade da ação, militares dos EUA reconhecem que o Irã possui capacidade para fechar o Estreito. Suas forças navais, ainda que muito inferiores às dos EUA, poderiam sustentar um conflito por meses. O Irã dispõe da Marinha tradicional e da Guarda Revolucionária, esta última capaz de táticas de guerra assimétrica, como o uso de lanchas rápidas, minas aquáticas e mísseis antinavios abrigados no litoral iraniano.