EUA buscam soluções para evitar possível choque do petróleo
Os EUA vêm trabalhando para evitar um choque no preço do petróleo caso se acirre a tensão com o Irã. O primeiro recurso de curto prazo seria aumentar a produção nos países árabes, sobretudo para atender à demanda asiática. De acordo com especialistas, o preço do barril pode chegar a mais de US$ 200 em caso de queda expressiva nas exportações iranianas, decorrente das recentes sanções impostas pelos EUA ao Irã. Outro fator inflacionário seria o cumprimento da ameaça do Irã em fechar o Estreito de Ormuz como retaliação às sanções. Ormuz tem grande importância geopolítica por ser a rota por onde transitam 17 milhões de barris por dia, o equivalente a um quinto do comércio global de petróleo. A cooperação árabe também ajudaria os EUA a convencer a China a reduzir suas importações de petróleo iraniano. Embora Pequim não tenha dado sinais de que pretenda atender à demanda dos EUA, analistas creem que a viagem do primeiro-ministro chinês ao Golfo Pérsico, no dia 14, indique grande preocupação com a situação. Outra medida rápida seria escoar parte da produção para os oleodutos que contornam o Estreito e que possuem capacidade para transportar 7 milhões de barris diários. Ainda, uma terceira alternativa seria que países consumidores dispusessem de seus próprios estoques de petróleo. Os EUA, por exemplo, recorreriam às suas reservas estratégicas de aproximadamente 700 milhões de barris. Soluções de médio e longo prazo, como a construção de novos oleodutos no Oriente Médio, e entre EUA e Canadá, não foram descartadas. Tais medidas, no entanto, não surtiriam efeito imediato sobre os preços.