Queda de avião expõe campanha de espionagem contra Irã
Funcionários da administração Obama admitiram, sob anonimato, que o avião não tripulado caído no Irã provavelmente fazia parte de uma campanha da CIA para obter informações sobre o programa nuclear iraniano. A queda, no último dia 4, expôs uma rotina que teria sido ampliada nos últimos anos. Segundo um funcionário do Departamento de Defesa, aviões RQ-170, que não são detectados por radares, têm sobrevoado o país há pelo menos quatro anos. Especialistas apontam que os RQ-170 podem levar equipamentos capazes de interceptar comunicações, sensores de radioatividade e câmeras de vídeo. A iniciativa teria sido muito útil, fornecendo informações mais precisas do que satélites e fontes humanas. Os funcionários consideram que a intensificação da campanha de aviões não tripulados reflete a convicção de que o único modo de coagir o Irã a abandonar seu programa nuclear seria por meio de ações veladas, em conjunto com sanções econômicas. A atual estratégia também inclui a venda de armas para Israel e rivais do Irã no Golfo Pérsico, além da retórica agressiva de membros do governo em relação à república islâmica. Oficialmente, a Casa Branca não abriu mão da via diplomática, mas o foco atual está no aumento da pressão sobre o Irã como forma de induzir o diálogo. A nova abordagem difere da adotada inicialmente pela administração Obama, quando houve tentativas de aproximação diplomática. Para Ray Takeyh, que foi assessor do Departamento de Estado sobre o Irã em 2009, há muito ceticismo em relação a tentativas de abertura de diálogo, principalmente devido à indisposição do governo iraniano.