O Senado deve colocar em votação a nomeação de Richard Cordray como diretor do Bureau de Proteção Financeira ao Consumidor (CFPB, na sigla em inglês). A agência foi estabelecida pela lei Dodd-Frank em 2010 e tem como objetivo regular a indústria financeira e proteger consumidores. Segundo a Dodd-Frank, o Bureau não pode exercer suas prerrogativas sobre outros agentes financeiros fora do sistema bancário, como corretores hipotecários e cobradores de dívidas, sem que seu diretor tenha tomado posse. No entanto, como a maioria dos membros do partido republicano opõe-se à agência, a liderança do Bureau é assunto polêmico no Congresso. Em maio, 45 senadores republicanos assinaram uma carta prometendo oposição a qualquer indicação para direção até que mudanças estruturais sejam feitas. Para os congressistas, a agência deve ter um conselho de diretores e ser financiada por meio de apropriações, e não diretamente pelo Federal Reserve (Fed). Além disso, republicanos querem evitar que a agência imponha regulamentações que possam dificultar as operações dos bancos. No entanto, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, declarou que a administração não modificará a estrutura do Bureau. Embora estejam em minoria, republicanos devem bloquear a nomeação impedindo que democratas consigam os 60 votos suficientes para colocar a lei em votação. A administração Obama tem procurado mostrar-se próxima da classe média e tem criticado os republicanos por proteger a camada mais rica da sociedade. Assim, a rejeição republicana à implementação do Bureau tem sido utilizada pelos democratas para acusar os republicanos de “aliados de Wall Street”.