EUA esperam superávit comercial em combustíveis nesse ano
Os EUA devem se tornar superavitários na exportação de combustíveis derivados de petróleo pela primeira vez em 62 anos, de acordo com dados da Energy Information Administration (EIA) divulgados no dia 29. A EIA indica que nos primeiros nove meses desse ano o país exportou cerca de 755 milhões de barris de combustíveis, enquanto as importações somaram 690 milhões. Os combustíveis aferidos são diversos, incluindo gasolina, diesel e querosene para aviação. Historicamente, a condição de exportador líquido não ocorria desde 1949, período pós-guerra no qual a economia crescia fortemente. Embora antes as exportações fossem resultantes de um impulso econômico, o quadro atual se deve a uma demanda doméstica desaquecida. Em agosto, por exemplo, o consumo de gasolina nos EUA foi 7,7% menor do que há quatro anos. Além da conjuntura interna, o crescimento de mercados emergentes também estimulou as exportações. A grande demanda desses mercados pode representar um efeito adverso para os consumidores nos EUA, levando a um aumento dos preços domésticos. O superávit em combustíveis não significa o fim da vulnerabilidade do país pela importação de petróleo cru, mas as perspectivas são positivas. O fornecimento de combustíveis concede aos EUA uma nova importância no mercado global de energia. Para Ed Morse, chefe global de pesquisa de commodities do Citigroup Inc., o crescimento das exportações é o começo de um processo que continuará na próxima década e irá em direção à independência energética.